Smoke gets In my Eyes
Sempre acreditei na palavra instinto. Faz parte do ser humano como animal ter instintos que o guiam. Talvez o da sobrevivencia seja o mais forte em algumas pessoas e noutras a sua desgraça.
A dúvida é: qual o limite entre seguir o instinto e cair na burriçe. E eu não gosto de gente burra.
É fácil seguir o instinto, qual animal esfomeado que não vê mais nada à frente.
Mas há quem diga que tudo está predestinado - que bela seca - há quem diga que nós é que traçamos o nosso caminho, há quem diga que devemos ouvir aquela vozinha que nos fala no momento certo e que nos faz tomar decisões.
E quem é que diz à tal vozinha o que é que me deve dizer? É Deus?
I dont think so.
Sou eu.
Sou eu que falo comigo e que digo as maiores barbaridades a mim própria, baseadas no eterno feminino, em anos de "Sensibilidade e bom senso", "The end of the affair", "África minha", "Paciente Inglês", e mais dez mil filmes e livros que durante anos moldaram o meu juizo até me tornar numa seguidora de nuvens de fumo que se dissipam sem tomarem qualquer forma real e respirável.
Há quem passe fome e o seu objectivo seja ter uma refeição ao fim do dia. Há quem lute pela paz e tranquilidade no seu país. Há quem lute pela liberdade. Há quem trabalhe arduamente para sustentar filhos e ter alguma vida de jeito.
Há quem não tenha nada mais sério para lutar a não ser tornar a nuvem numa realidade.