quarta-feira, janeiro 21, 2009

I Want to be a Man

Não, não vou mudar de sexo, mas estou revoltada com a condição feminina, ou as mil e uma más ou terriveis condições femininas. A discrepancia entre os genres é tao brutal que me anda e bulir com os nervos, não fosse eu mulher.
Isto apenas em termos fisicos. Se falasse da parte sociocultural seria o maior post de sempre.
Ser mulher é uma chatice. Uma grande chatice. Deviamos ser mulher metade da nossa vida e homem a outra. Dividir o mal pelas aldeias.
Uma mulher é uma never ending story.
Estão sempre a acontecer fenómenos e encontros imediatos do terceiro grau nas nossas entranhas.
Começam na puberdade, quando caí uma avalanche de issues non stop.
Hormonas para cá, sangue para lá, enxaquecas, borbulhas, depilações, dores aqui, dores ali, variações de humor que nos tornam semi-loucas. Toda uma parafernália de acontecimentos que temos de aguentar como se nada fosse, com um sorriso nos lábios, enquanto os peitos inchados nos doem como o caraças.
Cada mês há novidades, é um blockbuster interior. Sempre em movimento.
Depois, eventualmente, vem a parte da gravidez e do parto. Meses de inchaços, azia, nauseas, vómitos, kilos e kilos a mais, ansias, angustias intermináveis.
Uma espécie de ressaca aguda que acaba com algumas horas de dor alucinante e um bébé aos gritos. Um verdadeiro milagre.
Do pós parto nem vou falar. É a fase mais primitiva que qualquer mulher pode passar. Não deveria ser vista por ninguém durante tres ou quatro meses.
A partir do momento em que jorra leite dos mamilos no duche, qual Fontana di Trevi, no comments.
No entanto tem que suportar visita atrás de visita, mais uma vez agindo simpáticamente, como se nada fosse, enquanto se sente uma vaca leiteira.
E tudo isto para mim foi até muito bonito (talvez duas décadas depois), e tenho saudades do dia em que a minha filha nasceu.
Depois dos vinte ou mais anos a criar os filhos, quando viria a parte boa, vem a menopausa. Claro. Só podia. Acaba se a fertilidade e em vez de poder dar umas quecas à vontadex, sem ter que ter merdas de aparelhos enfiados até ao tutano ou ter que tomar hormonas, ou ter sexo com látex, não, acaba-se a líbido.
Vontade zero! Great! Junta-se farinha, ovos e mais uns afrontamentos e sei lá mais o quê, porque ainda nao cheguei lá.
Basicamente temos tudo. Tudo o que é chato. Doloroso. Penoso a nível fisico e psicológico.
Ser homem é que é. É básico. É apenas existir.
Nascer, comer, crescer, jogar e ver a bola, comer, arranjar muitas miudas para ter sexo, ver a bola, eventualmente casar com a melhorzita que houver, ver a bola, comer, trabalhar, ver a bola, ter bastante sexo (com a mulher ou outras), comer, trabalhar mais um bocado, ver a bola, "ter" muitos filhos e morrer, provavelmente a ver a bola.
E, no entanto, estes senhores imberbes de cinquenta anos, que jogam futebol na praia até morrerem, governam o mundo.

London in my Dreams


quinta-feira, janeiro 15, 2009


sexta-feira, janeiro 02, 2009

Happy New Life!

Este ano passei o fim de ano na cama com a famosa gripe.
Claro que não fui ao hospital. Para mim uma ida ao hospital é em caso de me sentir a morrer mesmo.
Não com uma gripe, embora esta nos possa fazer sentir a "morrer" com febre, arrepios, dores etc. Ou a morrer de tédio por não sair de casa desde dia 25, o que me faz slipping slowly into madness.
Na altura da dita viragem do ano, a única coisa que mexeu às 00h00, foi o meu dedo que pôs a TV na pausa para ouvir o fogo de artificio durante tres segundos. Não, dois.
Posto isso, continuei a ver uma série qualquer cómica como se nada fosse.
Não me pus em cima de nenhuma cadeira, não bebi Moet, não brindei (detesto brindes), nem comi passas - isso aliás nunca o fiz porque nao gosto de passas e objectivamente não dá tempo de comer doze em doze segundos- não pedi nada, não pensei em nada.
Borrifei-me, simplesmente.
Não é que goste de passar o fds na cama - a não ser noutras circunstancias mais agradáveis -, mas há imensa coisa no virar do ano que me irrita.
A obrigaçao de sair e festejar uma coisa que não é nada e que já passou há horas noutros países. E toda a gente tem de estar animada e sorridente.
É mesmo para quem não costuma sair nunca, ter uma desculpa para fingir que até é um gajo divertido e tal.
É a noite onde saem as pessoas que eu não quero encontrar o resto do ano.
A hora também é um factor estúpido.
Meia-noite? Não dá jeito nenhum.
Ainda se está a meio do jantar já se tem que enfardar a comida a correr, para "apanhar" a meia noite...
No way!
Ainda se fosse às tres da manhã, ainda vá que não vá, agora à meia-noite, nop thanks.
As festas.
Péssimas.
As únicas vezes que me lembro de me ter divertido numa passagem, foi quando foi de improviso, ou quando fiz programas normais sem "amigo Charlie" ou fila indiana, coisa que abomino.
A verdade é que o fim de ano é uma treta.
As grandes resoluções, a esperança de mudança para melhor, este ano é que vai ser. BS!
A mudança tem que estar dentro de nós. Anytime.
Querem deixar de fumar? Deixem de fumar dia 4 de Abril às 2h da tarde. Acreditem que se quiserem mesmo, funciona.
Querem mudar de vida? Mudem quando vos apetecer. Qualquer dia do ano serve.
Querem ter uma luz ao fundo do túnel? Ela está lá.
Nada acontece por milagre e é por isso que esta festa me irrita.
Porque a renovação somos nós, não é um segundo no espaço e no tempo que vai revolucionar seja o que for.
Como tal, em vez de desejar um Bom Ano, desejo uma boa vida a todos, e que comece quando o fogo de atifício rebentar na vossa cabeça.
Salvo seja.

London Girl