sexta-feira, junho 26, 2009

Popgold

Toda a gente já sabe que não sou fã de Portugal, mas sempre vamos mantendo aqueles nossos habitos tradicionais que dão alguma (pouca) sensação de "ao menos isto nao muda para pior", ou será como dizia o meu amigo Woody Allen, "Tradição é a ilusão de permanência".
Seja como for supostamente mantemos os good old habits.
Bacaulhauzito assim, assado, cozido e grelhado,cozido, dobrada ( e coisas nojentas do gênero), sardines, améjoa, arrozito de polvo etc.
Mas não.
Lá estamos nós a deixar-nos levar pelas outras culturas, não de acordo com as boas e evoluidas, tipo acabar com as touradas, mas pelas más, tipo Americanização em massa.
Tudo gordo que nem um texugo, as crianças cada vez mais novas obesas, fast food em todo o lado.
Enfardar Big Mac´s em cinco minutos, mas com CocaCola light para não engordar é o pão nosso de cada dia.
Homens e mulheres que não conseguem ver os pés e não poem os ditos no ginásio embora estejam inscritos no Clube Sete ou no Holmes há anos para poderem falar nisso.
Eu não sou assim.
Gosto de comer comida comida e tenho de comer muito devagar. Demoro uma hora e meia a jantar ou mais.
Mas, a questão é que fui ao cinema e resolvi comer umas pipocas.
Apeteceu-me um small treat...
Pedi um pacote pequeno..sim porque no meu tempo, ou seja há um mês e tal, havia pacotes.
- Não há pacotes..
- Então?
- Só há baldes
- Baldes???de lavar o chão?
- Baldes...
- Ok..então dê-me um balde pequeno

Heis senão quando vejo que o balde pequeno tem - em contagem rápida de Rain Man -
5693 pipocas.

- Não tem mais pequeno??
- Este é o mais pequeno...
- Mas eu quero comer 50 pipocas e não 5693, ou o filme é a trilogia do LOTR toda junta?
- É o que há
- Ok... e uma Fanta pequena..ou um balde de Fanta sff.
- São 9,54€
- Só?????'!
Não sabia que eramos Americanos ricos e obesos, mas agora já sei.

terça-feira, junho 23, 2009

Free will, its a Bitch hum?

A propósito do último post, em que fiquei conotada como ressabiada com a vida, coisa que nao sou e nunca serei, há pontos a por nos i.

Para já, adoro viver. Sou fã da vida, de todas as coisas boas que podemos vivenciar, sentir, comer, cheirar, interiorizar. Sou uma apreciadora de tudo o que é bom e tudo o que sabe bem. Não sei se sou madura ou não, nem se quero ou vou sê-lo alguma vez.

Tenho alguma experiência de vida e pode-se dizer que começei cedo a ter que fazer escolhas significativas para o desenrolar do meu historial.

Mas a experiencia é uma coisa, a maturidade é outra. É bom ter experiencia de vida. É bom saber distinguir as coisas. Saber afungentar os palhaços tristes que empobrecem as nossas vidas. Saber que não, não vamos morrer de amor. Saber que amigos há poucos e que a familia é que nos ama incondicionalmente, independentemente de todos os nossos ataques de histeria e loucura.

Basicamente saber que quase todos os provérbios estão certos.

A experiência dá-nos poder.

Poder de controlar a vida.

A questão é que a maior parte das pessoas não quer controlar a sua vida.

Quer ser controlado e gerido por esta. Pelo trabalho, pelo frenesim do "não há tempo para nada", pela rotina dos filhos, pela acomodação. E ainda bem que assim é para muita gente, senão davam de facto um tiro na cabeça, mas é óbvio que às vezes há que fazer um shut down, uma avaliação do que se passa afinal.

Eu gosto de fazer esse reset.

Só que não é fácil. É díficil, e sobretudo muito desgastante ser-se realista.

A vida não é um mar de rosas, it has its moments, than you die.

Mas quando somos mais novos há menos issues para resolver. Daí a maturidade ou a idade adulta ser chata. "Temos" que agir em conformidade com os padrões de uma sociedade decadente, materialista, falsa, hipócrita e pouco higiénica - um aparte que me toca pessoalmente.

A experiência dá-nos então esse poder de fazer o que queremos. Para quem se sente livre para fazer mesmo o que quer é um pau de dois bicos. É como por doces nas mãos de uma criança e dizer-lhe para não os comer e depois dizer-lhe para comer brócolos que é muito melhor.

É tudo uma grande contradição. Essa contradição que me faz pensar. E nao me importo de pensar. Posso ler Nietzsche à vontade ou não ler nada que a motivaçao é a mesma. É genético.

Parar para pensar no infinito da morte não é agradável para ninguém a não ser para mim e para o Woody Allen.

É essa consciência que fazem de nós freaks desajustados.

Aqueles que pensam no impensável.

Esse pensamento advém da experiencia e não da maturidade. Tenho a certeza que o Woody já pensava nisso em criança tal como eu.

Como tal vou continuar a pensar e a por tudo em causa até o meu corpo se cansar e dar umas férias ao meu cérebro de preferencia no Brasil dos cérebros.

Daqui a uns vinte anos portanto, estarei safa do cogito. Esse mexicano chato como tudo.

quinta-feira, junho 18, 2009

Mature and all that crap!

Crescer é uma merda. Ser maduro é uma merda.
Só quando se é maduro, se é que se pode afirmar tal coisa, é que se percebe que a fase "adulta" é uma merda. A maturidade. Uma palavra cheia de bagagem com peso a mais.
A naõ ser para aqueles que já nascem velhos e adoram ser senhorzinhos com os seus filhinhos e os seus programinhas fora no fds no monovolume de dia e "programinhas" de Putas ou amantes à noite.
Tudo o que parecia bright and shinning na infancia dissolve-se em desilusões, preocupações, stress, doenças, desavenças, dor, morte. Todos os factores maus e terriveis aparecem e dissipam rapidamente a alegria de viver.
E não há hipotese de fugir. Por mais positivos e entusiastas que sejamos, há sempre algo ou alguém que nos consegue dobrar, quebrar, fragilizar. A vida é traiçoeira ingrata e manipuladora. E não vale a pena entregar a alma porque não tem retorno. Não há vale nem crédito que valha nada do que se tenha feito. Nada.
Há sempre uma má notícia ao virar da esquina numa terça feira à tarde, quando menos esperamos.
Não há fuga. Faz parte.
Ninguém quer sofrer, ninguém quer chorar, ninguém quer estar doente.
But thats life! Get over it!
Só que em crianças eramos como animais que não têm a noção da sua curta existência.
Viviamos em plenitude. Qualquer disparate por mais nonsense que fosse era o delirio total.
Não tenho nostalgia do passado e tive uma infancia muito feliz, talvez tenha apenas saudades de ver a minha mãe e pai mais novos e saudáveis, mas também não gosto de ser madura, se é que o sou. O presente é chato, enfadonho, mal encarado. Foi como se me tivessem retirado as entranhas e só ficou a carcaça a funcionar confortably numb.
E nunca gostei de fruta madura. É mole, farinhenta, nao tem sumo e sabe a mofo.
Gosto e quero não ser madura.
Quero gritar com as pessoas, dizer-lhes a verdade na cara, mandar os vizinhos à merda, dizer palavrões no carro, viver no mundo real nao politicamente correcto, mesmo quando o mundo real me anda a foder a vida à grande.
Infelizmente ou não, são essas más notícias de terça feira que nos fazem repensar, reavaliar, ter a noção que esta viagem é curta, muito curta mesmo e que quem não estiver no mesmo barco e no mesmo nível vai parar à prancha e vai borda fora.