segunda-feira, abril 30, 2007
terça-feira, abril 17, 2007
The Dying Animal
Não há dúvida que quando uma coisa é boa, é boa.Seja o que for.
É como quando começamos a ver um filme e bastam tres minutos para ver se a coisa vai pegar ou não.
Há muito que me falavam neste escritor, mas por burriçe não tinha lido nada.
Entretanto ofereçeram-me, e em duas noites praticamente devorei poucas mas muito boas páginas.
É chocante, bastante até, pelo menos para mim, e não me choco com facilidade, mas é tão bem escrito - ao contrário destes posts esperançados -, tão interessante, tão brilhante, que não queria que acabasse.
Não vou desvendar muito porque não gosto que me façam isso, mas é um retrato de vida, algo biográfico penso, muito realista e com a coragem de assumir tanta coisa que ninguem assume.
Cada frase é marcante.
Uma obra prima deste génio, Philip Roth.
Move It.
Se há coisa que me irrita é o ressabianço.Fica dito.Odeio ressabiados.
Façam pela vidinha enquanto é tempo, hoje, em vez ficarem a olhar para trás como se a vida vos devesse alguma coisa.
O passado já passou.Foi bom mas acabou.
Não há mais.
Amanha já hoje foi passado, cada segundo conta.
Quem quer pode e agarra-se ao que verdadeiramente deseja, quem não quer fica para trás porque se deixou ficar para trás.
E porque é que as pessoas são do contra?
Será que não é mesmo possível fazer um esforço por nada, ou por gosto?
Não dá para valorizar aquilo que se tem só porque se tem, ou se tem há muito tempo.
É preciso acontecer qualquer coisa para haver uma mudança.
É muito irritante e decepcionante.
Já não há sentimentos puros, só contornos daquilo que queremos.
A Single Rose in My Garden.
Quando me oferecem flores eu gosto.
Mas depois ponho-as numa jarra e quando vejo as vejo abrir em todo o seu esplendor, dá-me sempre uma grande tristeza ver aquele estado terminal onde ainda há uma esperança e uma tentativa de viver, de apanhar os ultimos raios de sol antes de morrer.
As flores são para estar em jardins, não em jarras de beleza moribunda.
sábado, abril 14, 2007
quarta-feira, abril 11, 2007
Thoughts...
"Só mais um dia,
um dia luminoso e barulhento
por mim a dentro,
um dia bastaria,
em prosa que fosse.
Mas dá-me para a melancolia,
para a limpeza, para a harmonia,
impacientam-me as migalhas
de pão na mesa, as falhas
de pintura no tecto,
as vozes das visitas despropositadas,
sinto-me sujo como um objecto,
desapegado, desarrumado.
Trocaria bem esse dia
por um pouco de arrumação
-no quarto e no coração."
Manuel António Pina (1943)